Passaram vinte anos e ficou um tabuleiro de xadrez
novinho por estrear nos arrumos, perdido entre livros e trapos antigos,
vestidos para saldar.
As peças soltas ainda cerradas na caixa nunca cavalgaram como nós
em pradarias engendradas. Ficaram encavalitadas em clérigos, torres e peões
ao lado en passant.
Tivera eu recorrido a um gambito de Evans e tu toda indefesa siciliana,
ou contrapondo uma abertura Réti a ti defesa espanhola,
outras linhas escaquísticas, outros seres nós seríamos.
Paulo José Borges
quarta-feira, 22 de julho de 2015
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Iron maiden
A dor tira-nos a fome
É a melhor dieta
A dor depura-nos as lágrimas
E sais
A dor macera-nos as vísceras
E adelgaça-nos os lamentos
A dor é uma polícia secreta que
Se esmera em não deixar marcas
A dor
mece.
Paulo José Borges
É a melhor dieta
A dor depura-nos as lágrimas
E sais
A dor macera-nos as vísceras
E adelgaça-nos os lamentos
A dor é uma polícia secreta que
Se esmera em não deixar marcas
A dor
mece.
Paulo José Borges
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Solo lunar (this is not a trick)
Abriste uma cratera em mim
Vazia como um abraço desfeito
Lá dentro sinto-me vago e incerto
E nado ostensivamente sem efeito.
Bem queria ser astronauta
Que pudesse viajar em câmara lenta
E com argamassa densa
Tapar este abismo que desalenta.
Choro convulsivamente
E a imagem no ecrã é pouco evidente
A Terra fugiu de mim
E este buraco negro chegou ao fim.
Paulo José Borges
desenho de Rui Cavaleiro
Subscrever:
Mensagens (Atom)