Abriste uma cratera em mim
Vazia como um abraço desfeito
Lá dentro sinto-me vago e incerto
E nado ostensivamente sem efeito.
Bem queria ser astronauta
Que pudesse viajar em câmara lenta
E com argamassa densa
Tapar este abismo que desalenta.
Choro convulsivamente
E a imagem no ecrã é pouco evidente
A Terra fugiu de mim
E este buraco negro chegou ao fim.
Paulo José Borges
desenho de Rui Cavaleiro
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