domingo, 5 de março de 2017

Poema de não ver

a cegueira é a primeira e
a última nudez
é voltar à infância num quarto escuro
e rirmo-nos muito
do nervoso
com medo de que quem nos toque
assuste (maior insídia seria que nos abraçassem)
e esperar esperar já de riso
embaciado
afinal quando é que nos acendem a luz



                                                                Paulo José Borges

2 comentários:

  1. au premier degré me fait penser à colin maillard, au second à la lumière spirituelle que nous ne trouvons toujours pas j'aime bien merci Paulo

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  2. Muito obrigado, Luce. Vi um cantor cego na TV e imaginei como seria esperar que alguém lhe toque. O suspense.

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