sábado, 18 de novembro de 2017

Poema da baliza aberta

[versão soft]


Isolaram-te com um passe a rasgar, meu.
(O número 10 da tua equipa é um jogador
de antologia.)
Quase nem precisas de ajeitar a bola,
está ali à tua mercê,  
de graça.

Vais ter a lata de simular falta só porque o central
te tocou de raspão? Vais tentar arrancar-lhe o vermelho?
Ou vais fazer aquilo para que te convocaram?

Mete a bola lá dentro!
Quantas equações matemáticas te faltam ainda,
quantos silogismos e sofismas?
Mete-a lá dentro nem que o estádio esteja completamente vazio.


Não me lixes, carago!



4 comentários:

  1. Estava a ver que nunca mais se decidia! Fico feliz por voltar a lê-lo.
    Não o entendo à luz da letra do texto. Se tenho de o ler na forma literal estou tramada. Palavras novas requerem ginástica mental para lhes adivinhar/engendrar um sentido subjacente:)
    Gosto do jogo, da analogia e do campo de futebol que construí sobre as suas palavras. Espero que tenha sido o primeiro de uma longa série.

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    1. Bom, talvez se leia melhor se for uma espécie de parábola. Olhe, a dos talentos, por exemplo.

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  2. ahahahahahah Remeter-me para essa parábola gigantesca que são os evangelhos não vale. Esse é um jogo armadilhado.
    Grata pela resposta.
    (Recebi agora a notificação do novo texto. Sabe que não precisa de responder aos meus comentários. Tenciono "massacrá-lo" com eles:) )

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