E eis que tudo é impuro quando o amor é um nocturno desconcertante
E eis que é fosso escuro que eu te acorde dissonante.
As mãos como relâmpagos indiferentes
De procelas urgentes de garras mal cortadas.
São águas gélidas o nosso amor nas eternas alvoradas
São águas mal passadas nas eternas alvoradas do nosso torpor.
Que fazer quando em nós apenas delírio e sofrimento
Que fazer quando me faz espécie a tua teoria da evolução do ressentimento?
E eis que do nada uma imaculada carícia
rebenta tecidos em necrose que nutriste como guardião perfilado
Somos um só vencidos no deslumbramento do amor naufragado.
Nuno Miguel Morais e Paulo José Borges
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