Sucedia às vezes
à porta da estação de S. Bento
a minha mãe comprar chocolate sucedâneo.
Procediam de Espanha as tabletes
com vago sabor a cacau
que entravam aos quadrados racionados
no comboio da nossa digestão.
Era uma ficção consentida
uma ensaiada suspensão da incredulidade.
Fazíamos de conta como crianças amestradas
pois representando bem era chocolate suíço.
Ora também Platão nos concebia como
sucedâneos de uma arquetípica criação.
E assim com estes últimos versos extraímos
uma importante lição.
Paulo José Borges
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