É funda a imobilidade que me tolhe
E se o meu sentimento é vasto
não há quem por ele olhe.
Eu não me movo e nem me interessa.
Basta que me sustente o lamento
ou que eu ganhe juízo pois tenho tempo.
E por fim chove secamente.
As pétalas dos ramos escorrem sem pressa
que eu sou uma árvore nodosa
com a garganta presa.
12 de dezembro de 2000
Paulo José Borges
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